quinta-feira, 7 de julho de 2011

Legalização da maconha

Vivemos em uma sociedade que culturalmente, antes mesmo de Cristo, já utiliza substâncias para recreação. Será que a utilização da maconha é  um tão ruim, para uma sociedade que aceita, utiliza em larga escala e  apóia o uso do tabaco e do álcool para recreação? Onde já existe um grande abuso, e um grande número de dependentes, fatores que levam a um problema de saúde pública. Não que a maconha (ou outra droga de abuso) não causem dependência, que depende de fatores biopsicossociais, da freqüência e quantidade de uso.

Não precisamos viver muito nesta sociedade para perceber que a proibição nada impede para que os indivíduos realizem o proibido (talvez excite mais para o proibido). Sempre há uma maneira de  burlar e reinventar até mesmo o que já é legal (como nosso post da Inovação oO). Talvez aquele lema (sei lá de onde) “é proibido proibir” seja verdadeiro (e o mais sensato).

A Cannabis sativa foi criminalizada em quase todo o mundo no início do século passado e, desde a década de 80 é alvo de movimentos para sua legalização no Brasil.

A erva já foi descriminalizada em países como Holanda, Portugal, Países Baixos e Canadá, sendo esse último, apenas o uso medicinal, assim como no Estado da Califórnia nos EUA. Nesses lugares, a população pode ter um pequeno cultivo em casa e consumir uma pequena quantidade diária (alguns gramas), que varia de acordo com o local.



A Cannabis não é a única droga que contém princípios ativos que causam os mesmo efeitos de substâncias proscritas, mas é a que tem seu uso proibido. Um exemplo disso é a Ipomea violacea, uma planta que contém LSA (amida do ácido lisérgico), cujo efeito é similar ao do LSD (dietilamida do ácido lisérgico) e que é facilmente encontrada nos canteiros e jardins espalhados pelo país. Tanto o THC (encontrado na maconha), quanto o LSD são substâncias proscritas pela Portaria 344/98.

Outra droga com poder alucinógeno que tem seu uso liberado no país (para fins religiosos) é a Ayahuasca, popularmente conhecida como Chá do Santo Daime, mas além dos já citados, existem vários outros vegetais contendo substâncias psicoativas, mas que mesmo assim não tem seu uso e/ou cultivo proibidos. Agora... se algumas drogas são liberadas, por que a maconha não é? Qual a razão por trás disso?

O argumento usado nas últimas e frequentes manifestações a favor da legalização da maconha é uma diminuição na violência urbana, já que o tráfico da droga seria extinto.

A questão é: o Brasil está preparado para lidar com isso? Eu acho que não. Aqui tudo sempre é festa e as leis são ignoradas por boa parte da população. Penso que a maconha deve sim ser liberada, já que proibir tudo é impossível e nem é o caminho certo a seguir, mas esse deve ser um projeto a longo prazo. Até que a descriminalização aconteça é preciso reestruturar o país em todos os segmentos, a começar pela educação, dentro e fora das escolas, a evolução tem que partir de dentro das pessoas.

Acho que a descriminalização no país não está distante, mas acho também que ela chegará num período sem a estruturação necessária, mas você sabe né, aqui é Brasil!

Aqui temos dois vídeos abordando o assunto, agora cabe a você se decidir qual dos dois lados aceitar.


2 comentários:

  1. queria saber se vcs ja tem opinião formada sobre o que devemos fazer, legalizar ou não?

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  2. Como eu comentei aí no post, acho que deve ser legalizada, já que existem outros vegetais com efeitos psicoativos que são não proibidos, mas acho tb que, no momento, o Brasil não tem a estrutura, educação e cultura necessárias para isso.

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